
Em agosto entrou em vigor na União Europeia, uma lei destinada a garantir que as baterias dos carros elétricos sejam recolhidas, recicladas e reutilizadas.
Com o crescimento do setor dos veículos elétricos, há uma maior procura e oferta de matérias-primas para satisfazer as necessidades do mercado, nomeadamente as baterias elétricas. O Pacto Ecológico Europeu, tem em vista a transição ecológica e já está a tomar medidas para acelerar o processo de neutralidade climática até 2050.
O mercado dos veículos elétricos tem crescido nos últimos anos e consequentemente a produção de aterias elétricas também. Prevê-se que a extração de lítio no planeta fique 3% a baixo das necessidades que o mercado enfrenta, com uma procura de 989 mil toneladas e uma produção próxima das 964 mil toneladas em 2023. Não só a oferta é inferior à procura como assistimos a fenómenos de alterações climáticas extremos, que obrigam a uma maior preocupação pela manutenção da saúde do planeta.
Em agosto entrou em vigor na União Europeia (UE), uma nova lei destinada a garantir que as baterias dos carros elétricos sejam recolhidas, recicladas e reutilizadas. Estas medidas procuram assegurar que a pegada de carbono das baterias seja menor, utilizem o mínimo de substâncias prejudiciais ao meio ambiente e serem recolhidas, recicladas e reutilizadas em grande escala nos estados-membros.
Esta lei pretende acelerar o alcance dos objetivos estipulado pelo Pacto Ecológico Europeu, tendo em vista a transição ecológica, o apoio à mobilidade sustentável e a contribuição para a neutralidade climática até 2050.
O regulamento pretende garantir que as baterias elétricas disponíveis no mercado da UE, contenham o máximo de substâncias não prejudiciais para o ambiente e apenas as substâncias nocivas que sejam imprescindíveis para a produção das baterias. Algumas das matérias que geram maior preocupação ambiental, são a extração e produção de lítio e de cobalto.
A extração destas matérias só por si não tem impacto significativo no meio ambiente, no entanto, para a sua mineração são necessárias grandes máquinas industriais e consequentemente o consumo excessivo de recursos hídricos, a devastação de flora e vida animal, resultando num impacto significativo no meio ambiente e alterações climáticas.
A partir de 2025, serão adicionados gradualmente objetivos para a acelerar a eficiência e eficácia da reciclagem. Está ainda previsto que a partir de 2027, os consumidores possam retirar e substituir as baterias portáteis dos seus produtos eletrónicos em qualquer momento do seu ciclo de vida, tendo em vista prolongar a vida dos produtos antes de os eliminarem definitivamente e contribuir para a redução dos resíduos pós-consumo.
As empresas fabricantes, terão a obrigação de informar o consumidor sobre as características das baterias, através de um QR Code e em simultâneo transmitir os riscos sociais e ambientais associados ao aprovisionamento, processamento e comercialização de matérias-primas como o lítio, o cobalto, entre outras, presentes nas respetivas baterias.
A procura de baterias está a aumentar rapidamente à escala mundial e 17% da procura tem origem na EU. É publico que Portugal pretende afirmar-se como um país na vanguarda das energias renováveis e preservação ambiental na Europa. Nos distritos de Coimbra, Viseu, Castelo Branco, Guarda, Porto, Braga e Vila Real, têm sido desenvolvidas ações de prospeção de lítio para avaliar o impacto ambiental da sua extração e produção de baterias em seis pontos estratégicos, com uma área total de 1495 metros quadrados.
Está previsto que em Sines, até ao final de 2025, a chinesa CALB (China Aviation Lithium Battery Tecnology) instale uma nova fábrica de baterias de lítio, com o objetivo de ser uma das maiores fabricantes de toda a Europa. Em Setúbal, a empresa Aurora Lithium que resultou da parceria entre a Galp e a sueca Northvolt, prevê a criação de uma fábrica de produção de lítio até 2025, com capacidade de produção anual entre 28 mil e 35 mil toneladas de hidróxido de lítio e equipar 700 mil automóveis.
Na mina do Barroso, no distrito de Vila Real, onde a inglesa Savannah Resources prevê iniciar a mineração de lítio até ao final de 2026, observa-se uma grande contestação por parte da população local, mesmo após a declaração de impacto ambiental favorável efetuada em maio deste ano.
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