
Descubra os cinco mitos perigosos em torno do excesso de velocidade nas estradas e desvende a verdade por trás deles.
Num mundo acelerado, onde a velocidade parece ser a norma, é essencial parar e refletir sobre as consequências dos excessos. É especialmente relevante quando se trata de excesso de velocidade nas estradas. Embora muitos condutores acreditem que podem ultrapassar os limites sem qualquer efeito adverso, a realidade é alarmante.
Vamos explorar os cinco mitos prevalentes em torno da velocidade, com base em pesquisas e dados do mundo real, para lhe fornecer uma compreensão abrangente dos riscos envolvidos. Vamos desmistificá-los e alertá-lo para a necessidade de abrir caminho para estradas mais seguras.
Mito 1: A velocidade tem pouco impacto nos resultados de segurança rodoviária.
Contrariamente à crença popular, o excesso de velocidade não é um assunto trivial. Na verdade, é a principal causa de morte e lesões graves nas nossas estradas. Estudos revelam que cerca de 650.000 vidas são perdidas anualmente devido a acidentes de trânsito envolvendo excesso de velocidade. Isso significa que a velocidade contribui para 30%-50% das mortes nas estradas, com um impacto mais significativo em países de baixo e médio rendimento.
As razões por detrás do aumento de acidentes em velocidades mais elevadas são diversas, incluindo a redução do campo de visão do condutor e da distância de travagem. A gravidade dos acidentes aumenta também devido à maior energia cinética envolvida. Fatores como a qualidade dos travões, o peso do veículo e a condição do pavimento podem ainda prejudicar a capacidade de um carro em excesso de velocidade parar. Leia o nosso artigo sobre Testes de Colisão e o uso de bonecos simuladores.
Mito 2: Pequenos aumentos de velocidade não têm impacto na segurança.
A noção de que conduzir apenas 1-2 quilómetros por hora (kph) acima do limite de velocidade é inofensivo é um equívoco perigoso. Um estudo realizado na Noruega lança luz sobre a gravidade dos acidentes quando as velocidades médias são reduzidas em apenas 1 ou 2 kph. Os resultados indicam claramente que até pequenas reduções de velocidade podem influenciar significativamente os resultados dos acidentes. É essencial reconhecer que cada quilómetro acima do limite amplifica os riscos envolvidos, colocando tanto o condutor em excesso de velocidade como os outros na estrada em perigo.
Mito 3: Velocidades mais baixas resultam em tempos de viagem mais longos.
Muitos condutores hesitam em aderir a limites de velocidade mais baixos, temendo que isso resulte em viagens mais demoradas. A realidade prova o contrário. De acordo com um estudo da União Europeia, as supostas economias de tempo ao conduzir a velocidades mais altas são frequentemente exageradas em comparação com o tempo real poupado. Por exemplo, leva apenas mais 40 segundos para percorrer 10 km a 65 kph em vez de 70 kph. Quando fatores como parar em semáforos ou abrandar em curvas acentuadas são levados em consideração, os impactos reais no tempo de viagem são geralmente menores do que a maioria das pessoas imagina.
Mito 4: Sou um condutor experiente, posso conduzir em excesso de velocidade com segurança.
Este mito é alimentado pelo chamado viés de autoaperfeiçoamento. Muitos condutores consideram-se melhores do que os outros e, portanto, acreditam que as mensagens de segurança rodoviária não se aplicam a eles. Tendem a pensar que são exceções e que são capazes de conduzir em excesso de velocidade sem riscos. No entanto, todos os condutores estão sujeitos às mesmas leis da física e aos mesmos perigos das estradas. É imperativo abandonar essa noção falsa e adotar uma mentalidade de responsabilidade compartilhada na condução segura. Leia o nosso artigos sobre os Riscos e Penalidades do Excesso de velocidade em Portugal.
Mito 5: As comunidades opõem-se a limites de velocidade mais baixos.
Muitas vezes, os legisladores sentem relutância em implementar limites de velocidade mais baixos, temendo a oposição das comunidades. No entanto, pesquisas demonstram que as comunidades anseiam por um ambiente rodoviário mais seguro, com limites de velocidade mais baixos. Uma pesquisa realizada pela ESRA com 35.000 participantes de 32 países revelou que menos de 20% consideram aceitável conduzir acima do limite de velocidade (menos de 10% em áreas urbanas) e até 90% dos entrevistados sugeriram que as regras de trânsito deveriam ser mais rigorosas.
O excesso de velocidade tem consequências graves que nos afetam a todos. Ao abordar estes cinco mitos pretendemos destacar os riscos reais envolvidos e enfatizar a importância da condução responsável.
O excesso de velocidade contribui não apenas para inúmeras fatalidades e lesões graves, mas prejudica também o nosso objetivo coletivo de estradas mais seguras.
Recordamos-lhe duas verdades fundamentais:
- até mesmo um pequeno aumento na velocidade pode causar danos, e
- obedecer aos limites de velocidade não afeta significativamente o tempo de viagem.
Faça a diferença, um quilómetro de cada vez.