Num relatório recentemente divulgado, o Tribunal de Contas Europeu (TCE) sublinha a potencial conflitualidade entre o Pacto Ecológico Europeu e “a soberania industrial” da União Europeia (UE) ao apostar em veículos elétricos.
O Tribunal de Contas Europeu (TCE) concluiu que, apesar do apoio público no crescimento do mercado automóvel elétrico, as baterias produzidas na União Europeia (UE), estas continuam a ser mais dispendiosas do que o previsto, o que prejudica a competitividade dos automóveis elétricos europeus em comparação com os fabricantes globais, podendo também tornar os carros elétricos europeus inacessíveis para grande parte da população.
Menos de 10% da produção global de baterias está localizada na Europa, sendo a China a principal produtora.
O setor de baterias da UE depende da importação de recursos de países externos, com os quais os estados membros não têm acordos comerciais adequados. De acordo com os números apresentados pelo relatório, 87% do lítio em bruto é proveniente da Austrália, 80% do manganês da África do Sul e do Gabão, 68% do cobalto da República Democrática do Congo e 40% da grafite da China.
O TCE também alerta para os desafios significativos nas infraestruturas de carregamento de veículos, devido à escassez de oferta e à falta de um sistema de pagamento adequado.
Com as dificuldades em reduzir as emissões de gases de efeito de estufa no setor rodoviário e o desenvolvimento limitado de biocombustíveis, a UE vê nos veículos elétricos a melhor alternativa possível.
A redução ou eliminação das emissões de CO2 dos automóveis de passageiros é fundamental para o combate às alterações climáticas, com o objetivo de atingir emissões de zero CO2 até 2050, ano em que a UE pretende alcançar a neutralidade carbónica.